segunda-feira, 24 de maio de 2010

Título: Este Mundo Tenebroso II

Autor: Frank E. Peretti – Editora Vida

Deste livro vou descrever apenas uma parte, a que eu mais gostei e que foi muito importante em minha vida: A conversão de Sally Beth Roe. Este pequeno texto dará uma idéia da beleza de toda a obra, leia e tire suas próprias conclusões...

"Quando a luz do dia espiou pelas janelas do ônibus, ela já havia resolvido em sua mente que, considerando todas as coisas, esse compromisso seria a coisa mais lógica, mais prática e mais desejável que podia fazer, as vantagens excedendo em muito as desvantagens. Fazia silêncio no parque... Ela mudou-se para outro banco, mais perto do laguinho, totalmente exposto ao sol matutino, e sentou-se, a mochila ao seu lado.Então ela deu-se uma boa e longa olhada. Vestida de calças rancheiras e uma jaqueta azul, com um gorro de meia na cabeça e uma mochila ao lado, parecia uma nômade sem lar. E era. Parecia solitária e sozinha. E era. Também parecia pequena e insignificante num mundo muito grande. Como deveria parecer a um Deus grande o bastante para ter criado esse globo enorme no qual ela se sentava? Como um micróbio na lâmina de um microscópio? Como chegaria Ele a encontrá-la? — Bem, tudo o que estava ao seu alcance era fazer um pouco de barulho, clamar por ele, criar um distúrbio, enviar alguns foguetes de sinalização verbais. Talvez pudesse fazer com que Ele a visse ou ouvisse. Ela colocou o caderno no colo e voltou as páginas até chegar a uma de notas que havia preparado. Agora... onde começar? Falou baixinho, mal formando as palavras com os lábios. Sentiu-se acanhada e estava disposta a admiti-lo. - Um... alô! Imagino que saiba quem sou, mas vou apresentar-me assim mesmo. Parece a coisa certa a fazer. Meu nome é Sally Beth Roe, e acho que a gente se refere a Sua pessoa como... Deus. Ou talvez Jesus. Já ouvi isso ser feito. Ou... Senhor. Compreendo que atende por diversos títulos, e por isso espero que me permitirá tatear um tantinho... umm.. de qualquer forma, gostaria de encontrar-me com o Senhor hoje, e discutir a minha vida e que possível papel o Senhor poderia desejar desempenhar nela. E obrigada desde já por seu tempo e atenção. Ela olhou fixamente as anotações. Havia chegado até ali. Acreditando que havia prendido a atenção de Deus, ela prosseguiria com o próximo item. — Para revisar rapidamente qual o motivo dessa reunião, acho que o Senhor se lembra da nossa última visita... Na Igreja Batista de Monte Sião, na Califórnia... — Sally deteve-se. Havia algum tipo de despertar ocorrendo dentro de si? Deus podia ouvi-la, ela sentia isso; apenas sabia-o de algum modo. Aquilo era estranho. Era algo novo. — Acho que sinto que o Senhor está me ouvindo, por isso quero agradecer-lhe... Acho que preciso perguntar a respeito do Seu amor. Sei que ele existe; preciso saber se o Senhor... Ela parou. Lágrimas se lhe formavam no canto dos olhos. Ela as enxugou e respirou fundo diversas vezes. Isso deveria ser prático, não alguma experiência emocional, subjetiva, da qual ela poderia duvidar mais tarde. — Eu gostaria muito que o Senhor me aceitasse, porque... me disseram que o Senhor me ama, e que arranjou para que todos os meus erros fossem pagos e perdoados. Vim a compreender que Jesus morreu para pagar a minha culpa, para satisfazer a sua justiça santa. Umm... aprecio isso. Obrigada por esse tipo de amor. Mas eu... quero entrar nesse tipo de relacionamento com o Senhor, de algum jeito... — As lágrimas vinham de novo. Ora essa, considerando o assunto em questão, umas lágrimas não seriam impróprias. — Mas se o Senhor quiser... se apenas me aceitar, eu estarei disposta a entregar-lhe tudo que eu sou, e tudo que eu tenho, valha o quanto valer. — Desse vez ela não pode conter as emoções.O rosto corou, os olhos se encheram, e ela teve medo de continuar. Mas continuar ela continuou, mesmo enquanto a voz falhava, as lágrimas escorriam pela face, enquanto o corpo principiava a tremer. — Jesus... Quero que o Senhor entre no meu coração. Quero que o Senhor me perdoe. Por favor, me perdoe... Ela chorava e não conseguia parar. Tinha de sair daquele lugar, não podia permitir que alguém a visse assim; agarrou a mochila e apressou-se para longe do laguinho... encontrou uma pequena clareira e caiu de joelhos sobre o chão fresco, seco. Com uma nova liberdade que esse esconderijo trazia, o coração de pedra tornou-se coração de carne, os mais profundos clamores daquele coração tornaram-se uma fonte, e ela e o Senhor Deus começaram a falar acerca de coisas, enquanto os minutos passavam suavemente, despercebidos, e o mundo ao seu redor perdia a importância. Em cima, como se outro sol acabasse de nascer, as trevas se abriram e raios puros, brancos, atravessaram as copas das árvores, inundando Sally com uma luz celestial, brilhando através do seu coração, seu espírito mais íntimo, obscurecendo seu vulto com um fogo ofuscante de santidade, o rosto no chão, o espírito transbordando com a presença de Deus. Em toda a sua volta, como raios de uma roda assombrosa, lâminas angelicais descansavam no chão, as pontas voltadas na direção dela, seguros nos punhos fortes de centenas de nobres guerreiros que se ajoelhavam em círculos perfeitos e concêntricos de glória, luz e adoração a Deus, as cabeças no chão, as asas estendidas na direção do céu como um jardim florescente e animado de chamas, os corações cheios de temor santo. Como em inúmeras vezes no passado, em inúmeros lugares, com assombro maravilhoso, inescrutável, o Cordeiro de Deus estava no meio deles, o Verbo de Deus e mais: o Verbo final, o fim de todas as discussões e desafios, o Criador e a Verdade que sustenta toda a criação — e mais maravilhoso que tudo, o Salvador, um título que os anjos sempre contemplariam e com o qual sempre se maravilhariam, mas que somente a humanidade podia conhecer e compreender. Ele, Jesus Cristo, havia vindo para ser o Salvador daquela mulher. Ele a conhecia pelo nome, e falando-lhe o nome, Ele a tocou. E os pecados dela desapareceram. Os anjos seguravam as espadas na direção dos céus, uma florescente floresta de lâminas chamejantes, e puseram-se a bradar em júbilo tumultuado, as vozes ribombando e sacudindo todo o reino espiritual, enquanto bradavam: Digno é o Cordeiro, pois foi morto, e com o Seu sangue comprou para Deus a mulher Sally Beth Roe; disse isso com a espada apontada para Sally, que estava prostrada, o rosto no chão, ainda em comunhão com o seu recém descoberto Salvador. As espadas ondularam e sua luz trespassou as trevas assim como um relâmpago trespassa a noite. As asas dos anjos se firmaram e os céus encheram-se com eles, rodopiando, gritando, aclamando, adorando, sua luz inundando a terra por quilômetros ao redor. A alguns quilômetros dali alguns demônios cobriam os olhos contra a luz ofuscante: — Oh, não, disse um deles. Outra alma redimida! — Um de nossos prisioneiros libertos! — Lamentou outro."

2 comentários:

  1. Oi Se! Achei muito comovente essa descricao minuciosa de como foi a experiencia de Sally com Deus! O Livro deve ser muito bom mesmo! Beijos!

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  2. De fato as palavras aqui têm vida e o sentimento de SaLLy, a sua convicção de que existe um Deus que sempre nos ouve, e nos perdoa desde que realmente queiramos mudar,tocou meu coração também.
    Pense nisso Sé, Deus está sempre está te ouvindo e com certeza alcançará a vitória.

    Adriana

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