segunda-feira, 24 de maio de 2010

Título: Este Mundo Tenebroso II

Autor: Frank E. Peretti – Editora Vida

Deste livro vou descrever apenas uma parte, a que eu mais gostei e que foi muito importante em minha vida: A conversão de Sally Beth Roe. Este pequeno texto dará uma idéia da beleza de toda a obra, leia e tire suas próprias conclusões...

"Quando a luz do dia espiou pelas janelas do ônibus, ela já havia resolvido em sua mente que, considerando todas as coisas, esse compromisso seria a coisa mais lógica, mais prática e mais desejável que podia fazer, as vantagens excedendo em muito as desvantagens. Fazia silêncio no parque... Ela mudou-se para outro banco, mais perto do laguinho, totalmente exposto ao sol matutino, e sentou-se, a mochila ao seu lado.Então ela deu-se uma boa e longa olhada. Vestida de calças rancheiras e uma jaqueta azul, com um gorro de meia na cabeça e uma mochila ao lado, parecia uma nômade sem lar. E era. Parecia solitária e sozinha. E era. Também parecia pequena e insignificante num mundo muito grande. Como deveria parecer a um Deus grande o bastante para ter criado esse globo enorme no qual ela se sentava? Como um micróbio na lâmina de um microscópio? Como chegaria Ele a encontrá-la? — Bem, tudo o que estava ao seu alcance era fazer um pouco de barulho, clamar por ele, criar um distúrbio, enviar alguns foguetes de sinalização verbais. Talvez pudesse fazer com que Ele a visse ou ouvisse. Ela colocou o caderno no colo e voltou as páginas até chegar a uma de notas que havia preparado. Agora... onde começar? Falou baixinho, mal formando as palavras com os lábios. Sentiu-se acanhada e estava disposta a admiti-lo. - Um... alô! Imagino que saiba quem sou, mas vou apresentar-me assim mesmo. Parece a coisa certa a fazer. Meu nome é Sally Beth Roe, e acho que a gente se refere a Sua pessoa como... Deus. Ou talvez Jesus. Já ouvi isso ser feito. Ou... Senhor. Compreendo que atende por diversos títulos, e por isso espero que me permitirá tatear um tantinho... umm.. de qualquer forma, gostaria de encontrar-me com o Senhor hoje, e discutir a minha vida e que possível papel o Senhor poderia desejar desempenhar nela. E obrigada desde já por seu tempo e atenção. Ela olhou fixamente as anotações. Havia chegado até ali. Acreditando que havia prendido a atenção de Deus, ela prosseguiria com o próximo item. — Para revisar rapidamente qual o motivo dessa reunião, acho que o Senhor se lembra da nossa última visita... Na Igreja Batista de Monte Sião, na Califórnia... — Sally deteve-se. Havia algum tipo de despertar ocorrendo dentro de si? Deus podia ouvi-la, ela sentia isso; apenas sabia-o de algum modo. Aquilo era estranho. Era algo novo. — Acho que sinto que o Senhor está me ouvindo, por isso quero agradecer-lhe... Acho que preciso perguntar a respeito do Seu amor. Sei que ele existe; preciso saber se o Senhor... Ela parou. Lágrimas se lhe formavam no canto dos olhos. Ela as enxugou e respirou fundo diversas vezes. Isso deveria ser prático, não alguma experiência emocional, subjetiva, da qual ela poderia duvidar mais tarde. — Eu gostaria muito que o Senhor me aceitasse, porque... me disseram que o Senhor me ama, e que arranjou para que todos os meus erros fossem pagos e perdoados. Vim a compreender que Jesus morreu para pagar a minha culpa, para satisfazer a sua justiça santa. Umm... aprecio isso. Obrigada por esse tipo de amor. Mas eu... quero entrar nesse tipo de relacionamento com o Senhor, de algum jeito... — As lágrimas vinham de novo. Ora essa, considerando o assunto em questão, umas lágrimas não seriam impróprias. — Mas se o Senhor quiser... se apenas me aceitar, eu estarei disposta a entregar-lhe tudo que eu sou, e tudo que eu tenho, valha o quanto valer. — Desse vez ela não pode conter as emoções.O rosto corou, os olhos se encheram, e ela teve medo de continuar. Mas continuar ela continuou, mesmo enquanto a voz falhava, as lágrimas escorriam pela face, enquanto o corpo principiava a tremer. — Jesus... Quero que o Senhor entre no meu coração. Quero que o Senhor me perdoe. Por favor, me perdoe... Ela chorava e não conseguia parar. Tinha de sair daquele lugar, não podia permitir que alguém a visse assim; agarrou a mochila e apressou-se para longe do laguinho... encontrou uma pequena clareira e caiu de joelhos sobre o chão fresco, seco. Com uma nova liberdade que esse esconderijo trazia, o coração de pedra tornou-se coração de carne, os mais profundos clamores daquele coração tornaram-se uma fonte, e ela e o Senhor Deus começaram a falar acerca de coisas, enquanto os minutos passavam suavemente, despercebidos, e o mundo ao seu redor perdia a importância. Em cima, como se outro sol acabasse de nascer, as trevas se abriram e raios puros, brancos, atravessaram as copas das árvores, inundando Sally com uma luz celestial, brilhando através do seu coração, seu espírito mais íntimo, obscurecendo seu vulto com um fogo ofuscante de santidade, o rosto no chão, o espírito transbordando com a presença de Deus. Em toda a sua volta, como raios de uma roda assombrosa, lâminas angelicais descansavam no chão, as pontas voltadas na direção dela, seguros nos punhos fortes de centenas de nobres guerreiros que se ajoelhavam em círculos perfeitos e concêntricos de glória, luz e adoração a Deus, as cabeças no chão, as asas estendidas na direção do céu como um jardim florescente e animado de chamas, os corações cheios de temor santo. Como em inúmeras vezes no passado, em inúmeros lugares, com assombro maravilhoso, inescrutável, o Cordeiro de Deus estava no meio deles, o Verbo de Deus e mais: o Verbo final, o fim de todas as discussões e desafios, o Criador e a Verdade que sustenta toda a criação — e mais maravilhoso que tudo, o Salvador, um título que os anjos sempre contemplariam e com o qual sempre se maravilhariam, mas que somente a humanidade podia conhecer e compreender. Ele, Jesus Cristo, havia vindo para ser o Salvador daquela mulher. Ele a conhecia pelo nome, e falando-lhe o nome, Ele a tocou. E os pecados dela desapareceram. Os anjos seguravam as espadas na direção dos céus, uma florescente floresta de lâminas chamejantes, e puseram-se a bradar em júbilo tumultuado, as vozes ribombando e sacudindo todo o reino espiritual, enquanto bradavam: Digno é o Cordeiro, pois foi morto, e com o Seu sangue comprou para Deus a mulher Sally Beth Roe; disse isso com a espada apontada para Sally, que estava prostrada, o rosto no chão, ainda em comunhão com o seu recém descoberto Salvador. As espadas ondularam e sua luz trespassou as trevas assim como um relâmpago trespassa a noite. As asas dos anjos se firmaram e os céus encheram-se com eles, rodopiando, gritando, aclamando, adorando, sua luz inundando a terra por quilômetros ao redor. A alguns quilômetros dali alguns demônios cobriam os olhos contra a luz ofuscante: — Oh, não, disse um deles. Outra alma redimida! — Um de nossos prisioneiros libertos! — Lamentou outro."

Título: Este Mundo Tenebroso I

Autor: Frank E. Peretti – Editora Vida

Qualquer resumo deste livro ficaria muito extenso. Vou dar apenas uma idéia, gostei muito do estilo do autor, que parece ter autoridade no assunto, ou seja, tudo indica que ele teve contato real com o mundo espiritual para descrevê-lo com tantos detalhes. É sem dúvida alguma um dos livros mais incríveis e interessantes que eu li. Resumindo, Ashton é a cidade onde se passa a história. Era época do Festival de Verão, a festa da entrada das férias da Faculdade Whitmore. O autor descreve dois anjos entrando na cidade e encontrando uma sombra que rastejava, tremia e movia-se em direção à igreja. Seus olhos malévolos refletiam a pura luz azul da lua cheia, a cabeça retorcida saía de ombros encurvados, e tufos de hálito rubro borbulhavam em penosos chiados através de fileiras de dentes afiados. A mão escura passou através da porta como um espeto passa por um líquido, o corpo penetrou na porta mas só até a metade. Os anjos o atacaram e suas entranhas se arrebentaram. Houve uma explosão de sufocante vapor, um último berro, e o agitar de braços e pernas que murchavam. Os anjos ficaram em dúvida se era um espírito de perturbação, dúvida ou temor. Os anjos foram ver o pastor da congregação e o encontraram orando. Um dos anjos disse: O pequeno guerreiro. Por enquanto essa oração única e vigilante é o começo, e ministraram paz ao jovem pastor. Os anjos se reuniram e o Capitão Tal disse-lhes qual a causa deles terem sido enviados ali: era Rafar, o Príncipe da Babilônia. Alguma coisa muito grande haveria de acontecer naquela cidade para esse príncipe vir ali, por isso tantos anjos foram deslocados para lá. Guilo e Tal já haviam batalhado contra ele durante 23 dias antes de finalmente derrotá-lo na véspera da queda da Babilônia. Até hoje nenhum deles sabia qual dos dois deu o golpe que o precipitou para dentro do abismo. Mas porque viria Rafar a este lugar? Ele é princípe de nações, não de simples vilarejos. Tal ainda não sabia o motivo, mas o Espírito os queria ali. Ao mesmo tempo, num porão os demônios se reuniam. A escuridão parecia mais uma presença do que uma condição física. Rafar chegou, movendo-se lentamente sobre a cidade, trazendo vento e chuva irregelante. Os cães começaram a uivar e aqui e ali discuções explodiam entre os humanos. Um dos anjos disse: Ele chegou! Os demônios sentiram algo horrível aproximar-se, até que uma nuvem violenta desabou para dentro do aposento, e Lucius, princípe de Asthon, foi agarrado como um brinquedo quebrado nas garras de uma enorme mão preta, inflingindo-lhe castigo sem dó. Era um demônio gigantesco com cara de leão, olhos de fogo, corpo incrivelmente musculoso e asas como que de couro. Ele arremessou Lucius através do aposento para junto dos outros e postou-se como uma montanha no centro da sala, manejando uma espada mortal em forma de S. As extensas asas negras estavam agora drapeadas às suas costas, como o manto de um monarca. Lúcius foi obrigado a apresentar Rafar e a ceder a ele o lugar de príncipe. Então Rafar deu ordens para remover o pastor e o editor do jornal, chamando-os de espinhos em suas patas... Durante toda a história os anjos sempre frisam a importância da oração, que lhes dá forças, e nota-se que é a oração que permite que os maus espíritos sejam derrotados. No fim Rafar foi traído por Lucius e os anjos venceram a batalha. Antes dos anjos se retirarem, Tal quis mais uma vez ouvir o pastor, o pequeno guerreiro, dizer: Vamos orar! Tal sorriu e disse: Podemos ir.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Título: A Senda do Calvário

Autor: Roy Hession – Publicações Palavra da Vida

Diz o autor que tendo conhecimento de um avivamento permanente em determinado campo missionário, sentiu que aqueles crentes possuiam um segredo que precisamos aprender. Descobriu então que andar na luz significa uma nova sensibilidade para com o pecado, prontidão a aplicar o nome de pecado às coisas que verdadeiramente são pecados, como orgulho, dureza, dúvida, medo, lastimações, coisas que normalmente desculpamos como a reação natural do ser humano. Afirma o autor que Jesus não purifica desculpas, mas pecado, que como tal é confessado.

Segue o autor dizendo que as pessoas geralmente pensam que avivamento é uma coisa pela qual só podemos orar a Deus e esperar que aconteça, quando for a Sua vontade, mas descobriu, na prática, que muitas vezes é o inverso disso. Precisamos endireitar as nossas relações com Cristo e veremos o Seu poder demonstrado em nossos corações e Sua vida gloriosa encher-nos-á e transbordará, para atingirmos os outros. Ser quebrantado é o princípio do avivamento. É doloroso, é humilhante, mas é o único caminho. É não ser mais EU, mas Cristo. O obstinado EU que se justifica, que segue o seu próprio caminho, luta pelos seus direitos e busca a sua própria glória, deve curvar-se perante a vontade de Deus, pois Ele criou o homem para fazer a Sua vontade. Muitos imaginam que o morrer para nós mesmos, aborrecendo nosso próprio EU, nos tornará tristes e infelizes, mas é justamente o contrário. É a recusa de morrer para o nosso EU que nos torna infelizes.

Diz o autor que qualquer coisa que tenha origem em nós próprios é pecado: auto-compaixão nas dificuldades, buscar os próprios interesses, empregar as horas vagas para satisfazer nossos desejos, melindre, ressentimento, nervosismo, receio, tudo isso deriva do nosso EU e é pecado, em sua multiforme manifestação, e Jesus nunca enche cálices sujos. Para que experimentemos um avivamento contínuo precisamos aprender a conservar os nossos cálices limpos.

Colossenses 3:15 diz que a paz de Deus domine em nossos corações. Essa paz é o árbitro, precisamos confessar a Deus os nossos pecados para que a paz seja restaurada, se a paz não retornar é porque não fomos verdadeiramente quebrantados. Talvez nos seja preciso pedir perdão a mais alguém, além de Deus, ou talvez ainda estejamos a pensar que a culpa é de outra pessoa. Mas se a nossa paz ficou perturbada é evidente de quem foi a culpa. Não perderíamos a nossa paz devido a pecado alheio, somente pelo nosso próprio.
Quando o homem caiu e escolheu fazer de si mesmo o centro da sua vida, em lugar de Deus, o resultado não foi somente ficar fora da comunhão com Deus, mas também com seus semelhantes. A queda do homem é cada um se desviando pelo seu próprio caminho. A obra de Jesus na cruz não foi somente para nos reintegrar na comunhão com Deus, mas também com o próximo. Tudo que serve de obstáculo entre nós e os outros também serve de barreira entre nós e Deus. É impossível estarmos na luz com Deus e nas trevas com nosso irmão. Quando as barreiras são derrubadas e as máscaras são tiradas, Deus tem a oportunidade de nos tornar verdadeiramente um.

Diz também o autor que o grande segredo da estrada real é saber o que se deve fazer com o pecado: levá-lo à cruz, vê-lo ali na sua hediondez, confessá-lo e crer que o mesmo foi removido pelo sangue de Jesus. A verdadeira prova ao longo da estrada real é esta: os nossos cálices transbordam? Temos a paz de Deus em nossos corações? Temos amor pelos outros e ansiedade pela sua salvação ou bênção?

E conclui que avivamento é todos caminhando juntos pela estrada real, em completa união com o Senhor Jesus e uns com os outros, com cálices continuamente purificados e transbordando com a vida e o amor de Deus!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Título: O Peregrino

Autor: João Bunyan – Imprensa Metodista

Começa o sonho do autor, na prisão de Bedford. Cristão, com um fardo nas costas, lê um livro e clama: Que hei de fazer? Seu nome era Privado da Graça, da linhagem de Jafé. Evangelista lhe diz: “fugi da ira vindoura”, apontando-lhe a porta estreita. Foram ao seu alcance Obstinado e Flexível, mas o primeiro voltou logo, e Flexível fez o mesmo assim que caiu num lodoçal, voltando correndo para a sua casa, dizendo que se a viagem começava assim de bom grado dispensava a sua parte no tal decantado país. Cristão foi salvo por Auxílio, que lhe explicou que se tratava do Pântano da Dificuldade, que é para onde afluem as imundícies dos que se dirigem para a convicção do pecado. Cristão continuou sua caminhada mas foi desencaminhado por Sábio-Segundo-o-Mundo, que lhe indicou Legalidade e Urbanidade. É interessante notar que, segundo o livro, a pessoa que teve convicção do pecado pode não encontrar a porta estreita, sendo desencaminhada para seitas. Quando pensou que fosse morrer, Cristão voltou a encontrar Evangelista, que lhe disse que a pessoa a quem ele se dirigia não era capaz de livrá-lo do seu fardo e que ele deveria preferir a cruz a todos os tesouros. Finalmente ele chegou à porta estreita, onde bateu e Boa Vontade o atendeu e puxou com força para dentro, dizendo que esta porta fica perto do castelo de Belzebu e seus soldados, os quais despedem setas contra aqueles que se aproximam para tentar matá-los antes que entrem. Boa Vontade lhe disse “a ninguém lançamos fora” e indicou-lhe o caminho, dizendo que havia muitas encruzilhadas e atalhos bastante largos, mas a regra para distinguir o verdadeiro caminho é: sempre reto e estreito (Mateus 7:14). Mandou-o continuar levando seu fardo alegremente, até chegar onde por si mesmo ele haveria de cair de seus ombros. Cristão seguiu pelo caminho por onde passou Jesus, os patriarcas, os profetas e os apóstolos, até que chegou à casa de intérprete, que lhe mostrou coisas interessantes e muito úteis. Depois Cristão seguiu marchando por uma estrada que era protegida por ambos os lados por duas muralhas chamadas Salvação, até que chegou à cruz, num monte, junto à uma sepultura, onde apareceram três seres resplandecentes. O primeiro lhe disse: “Perdoados te são os pecados” (Marcos 2:5); o segundo vestiu-o com um traje de gala (Zacarias 3:4); e o terceiro lhe pôs um sinal na fronte (Efésios 1:13), entregando-lhe um diploma que deveria ser entregue quando chegasse à Cidade Celestial. Seu fardo rolou para a sepultura e Cristão continuou alegremente, mas perdeu o diploma num lugar de descanso, adormeceu onde deveria vigiar, mas depois encontrou o documento e ficou muito feliz. Chegou então pelo Palácio Belo, onde passou a noite e conversou com quatro virgens: Discrição, Prudência, Piedade e Caridade. Dormiu na Sala da Paz, que tinha a janela para o nascente e dali avistou o País de Emanuel, donde se é possível avistar a Cidade Celestial. Cristão seguiu e encontrou Apolião, no Vale da Humilhação, onde lutaram e Cristão venceu com a espada (a Palavra de Deus). Então uma mão misteriosa lhe ministrou algumas folhas da árvore da vida e ele ficou curado dos ferimentos. Passado o Vale da Humilhação, Cristão entrou no Vale da Sombra da Morte, que é atravessado pelo caminho que conduz à Cidade Celestial (Jeremias 2:6), um deserto, terra despovoada, de sede, imagem da morte, terra na qual não andou varão sem ser cristão, mas ele recorreu à espada e à oração. No meio do vale abre-se a boca do inferno, donde saem chamas e rugidos infernais. Quase no final do vale Cristão encontrou Fiel, que lhe contou que encontrou uma dama chamada Sensualidade, que lhe prometeu toda espécie de prazeres, mas ele fechou os olhos para não ser enfeitaçado. Seguindo o caminho eles encontraram Loquaz (muitas palavras e nenhuma obra), e Fiel fala-lhe com sinceridade, para não cair nele o seu sangue, se morrer. Depois ambos encontraram Evangelista, que lhes diz para serem fiéis até a morte. Eles entraram na Feira da Vaidade, criada porque há quase cinco mil anos peregrinos já se dirigiam à Cidade Celestial, então Belzebu, Apolião e Legião estabeleceram tal feira, vendo que era forçoso que os peregrinos por aí passassem. Nessa feira Fiel foi julgado e morto da maneira mais cruel que puderam inventar, mas o autor viu um carro tirado a dois cavalos e ele foi arrebatado às nuvens, ao som de trombetas, rumo à porta celestial. Cristão encontrou Esperança, que seguiu caminho com ele. Encontraram Demas e a Colina do Lucro, sendo que se desviaram do caminho e foram presos no Castelo da Dúvida pelo Gigante Desespero, mas conseguiram escapar com a chave chamada Promessa, que abre todas as portas do Castelo. Chegaram às Montanhas das Delícias, onde comeram livremente do fruto da vida. Os pastores que ali estavam disseram que estas montanhas são o país de Emanuel, e disseram que a distância dali até a Cidade Celestial é grande para os que nunca hão de chegar, mas muito pequena para os perseverantes (Oséias 14:9). Dali eles avistaram de longe a porta do céu e continuaram a viagem, tendo encontrado Ignorância, que não entrou no caminho pela porta. Depois foram desencaminhados pelo Adulador e cairam numa rede, mas um resplandescente os soltou e os castigou. Chegaram então no País Encantado, cuja atmosfera torna sonolentos todos os estrangeiros, mas conversando conseguiram passar por esta terra e depois chegaram à Terra de Beulá, onde o ar é muito doce e agradável e o dia é permanente, por estar muito próximo da Cidade Celestial e estar dentro dos limites do céu. Nesse país se renovou o contrato entre o Esposo e a Esposa. Quanto mais entravam nesse país, maior era o seu regozijo, e o reflexo dos raios do sol fez com que eles adoecessem de desejo. Chegaram ao rio, onde só Enoque e Elias passaram por cima. Ao tentar atravessar Cristão começou a afundar e Esperança o ajudou. Eles deixaram no rio o vestido dos mortais e subiram mais alto que as nuvens e foram transfigurados, mas Ignorância foi lançado fora.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Título: O Poder do Louvor

Autor: Merlin Carothers – Editora Betânia


Gostei muito desse livro, ele tem muitas afirmações interessantes que podem ser úteis para o nosso dia a dia. O autor afirma que devemos agradecer a Deus por tudo, para ele o versículo que diz “em tudo daí graças” deve ser tomado literalmente. Devemos dar graças pelas coisas boas e pelas más, ele cita Martinho Lutero: Abençoado é o homem que se submete à vontade de Deus; jamais será infeliz, pois sabe que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.
Diz o autor, na página 13, que quando louvamos a Deus sinceramente algo acontece em consequência, e notamos, mais cedo ou mais tarde, que se operou uma mudança em nós ou nas circunstâncias que nos cercam. Mas isso deve resultar do louvor, não deve ser a motivação dele. O louvor não é uma barganha, devemos nos alegrar primeiro, como diz o Salmo 37:4: Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração”.
Na página 41 o autor fala sobre a fé e que muitos têm uma visão distorcida a esse respeito. Segundo ele, fé e sentimentos não são a mesma coisa, a fé não é determinada pelas emoções, mas é uma questão de arbítrio, logo, avaliar a fé pelos nossos sentimentos é muito perigoso, já que nossos sentimentos podem ser afetados pelo estado da atmosfera, pelo nosso regime alimentar, pelo sono, ou pelo humor do nosso chefe.
Na página 48 também há outro assunto interessante. O autor diz que Deus está nos tornando santos, já que nós não podemos fazê-lo por nós mesmos, e Deus o faz porque só assim o trabalho sairá perfeito. Se Ele tivesse que depender de nós jamais teria como resultado algo valioso, muitas pessoas querem entrar num rigoroso programa de auto-aperfeiçoamento, mas quanto mais se esforçam, mais frustrados se tornam. A mudança tem que ser feita por Deus, Ele quer que nos entreguemos a Ele.
Na página 95 o autor diz que Deus não criou o mal, mas criou seres com livre arbítrio, assim o mal apareceu mas permanece no mundo com a permissão de Deus e sempre sujeito à Sua vontade. Por isso devemos louvá-Lo em tudo. As pessoas às vezes dizem: se eu fosse Deus não agiria assim, não mandaria terremotos, não deixaria aquela garotinha morrer de leucemia... Deus sabe como nos sentimos com todas essas coisas, mas nosso entendimento é limitado, Ele nos ama e tem um plano perfeito para as nossas vidas.
O capítulo “Adeus, Mau Humor” é belíssimo. Fala de I Coríntios 10:10-11: “Não murmureis como alguns murmuraram, e foram destruídos pelo exterminador”. Paulo estava falando sobre o comportamento dos israelitas na sua jornada até a terra prometida. “Queixou-se o povo de sua sorte aos ouvidos do Senhor: ouvindo-o o Senhor, acendeu-se-lhe a ira” (Números 11:1). Na página 119 o autor diz que o murmúrio dos israelitas provinha de sua incredulidade, e a incredulidade é a raiz de cada pequenina queixa. Precisamos pensar nisso no dia a dia.
O último capítulo, “A Alegria do Senhor”, cita João 16:24: “Peçam utilizando o meu nome e receberão, e o cálice da alegria de vocês transbordará”. Alegria do Senhor é nossa, basta pedir, diz o autor. E encerra dizendo algo muito interessante e profundo: Muitas vezes aquilo que você pensa ser uma prova espinhosa da ausência de Deus em sua vida, é justamente a sua terna providência para trazê-lo para Si, a fim de que a sua alegria seja perfeita. Olhe para os céus e louve-O. Ele o ama, e habita no louvor do Seu povo!

domingo, 9 de maio de 2010

Título: Autoridade - De Jesus Cristo, das Escrituras, do Espírito Santo

Autor: Dr. Martyn Lloyd Jones - Editora: Núcleo

O autor começa demonstrando que o homem fracassou na busca de uma plena compreensão de Deus. Na página 17 cita o apóstolo Paulo: “O mundo pela sabedoria não conheceu a Deus”.
Diz o autor que o homem tem que chegar ao ponto de reconhecer o seu fracasso, que não lhe resta qualquer esperança de conhecer a Deus a não ser que Ele, em sua bondade, graça e amor, decida revelar-se a Si mesmo.
O autor demonstra que toda a Bíblia tem como ponto central o Senhor Jesus Cristo. O Velho Testamento olha para Ele no futuro; depois O vemos no Novo Testamento, este se encontra cheio Dele. Afirma o autor, na página 20, que proclamamo-Lo porque Ele é a autoridade suprema e final. Ele está realmente no centro de toda a nossa posição.
Na página 28 o autor diz que assim que reconhecemos a autoridade de Jesus Cristo, temos obrigação de O ouvir e de fazer o que Ele quer. Não é a nossa própria felicidade que serve de critério. Se Ele permite que continuemos doentes ou com problemas, mesmo assim devemos responder: Sim, Senhor!. Devemos fazer isso porque Ele é o Senhor, Ele é a Autoridade.
Na página 56 o autor afirma que toda a Bíblia é a Palavra de Deus, e diz que quando falamos da autoridade da Escritura, significamos essa propriedade pela qual ela requer fé e obediência a todas as suas declarações.
Na página 64 o autor faz uma afirmação interessante, que gostei muito, sobre a admirável harmonia entre o Velho e o Novo Testamentos e o acordo perfeito e definitivo entre todos os seus livros. Ele informa que na Bíblia há 66 livros, escritos num período superior a 1.600 anos, por mais de 40 escritores e, contudo, todos dizem a mesma coisa, encontra-se a mesma mensagem de uma ponta à outra. As Escrituras são a Palavra de Deus do princípio ao fim, com tudo incluído e na sua inteireza. As frases “disse o Senhor” e “veio a Palavra do Senhor” são usadas 3.808 vezes no Velho Testamento. Esses homens mostram claramente que não se trata de uma idéia deles.
Na página 67 o autor cita II Timóteo 3:16: “Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”, e também cita II Pedro 1:20, 21: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”.
A partir da página 79 o autor passa a falar da autoridade do Espírito Santo. Afirma que muitos têm medo dos excessos, a tal ponto que são culpados de entristecer o Espírito. Afirma que sem a atuação do Espírito Santo não adianta pregar, citando Atos 16:14: “... e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia”. Paulo por si só não podia salvar uma alma, só o Espírito Santo pode abrir o coração e habilitar-nos a receber a verdade.
Na página 97 o autor fala de um assunto importantíssimo: A certeza da salvação. Diz que só o Espírito Santo nos pode dar essa inabalável certeza. Há algumas maneiras pelas quais experimentamos segurança, como aplicar a nós próprios a Palavra autorizada de Deus: “aquele que Nele crê não é condenado”. Contudo, segundo o autor, essa maneira de obter segurança, sozinha, pode ser perigosa, pode ser credulidade.
O autor fala também dos critérios de I João: sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos; porque já não achamos os mandamentos do Senhor opressivos, são um deleite para nós; cremos no Senhor Jesus e temos consciência de que o Espírito Santos opera em nós. E afirma que o testemunho do Espírito Santo com nosso próprio espírito, de que somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, nos traz uma certeza maior do que a que temos quanto a qualquer outro fato da vida.
Na página 113 o autor fala que não se pode anunciar que vai fazer um avivamento, pois avivamento é algo que nunca pode ser arranjado e organizado por homens... É uma ação direta do Espírito Santo em autoridade e poder. Significa a descida do Espírito Santo de modo inconfundível, quebrantando as pessoas, como no Pentecostes. Ele diz que não adianta ficarmos realizando conferências e apresentando propostas, oremos e supliquemos por um avivamento, pois este pode fazer mais num dia do que em 50 anos de uma organização.
Na última página, 119, o autor diz que devemos esperar em Deus, suplicar, devemos aprender a agonizar em oração: Aviva, ó Deus, a Tua obra (Habacuque 3:2).