segunda-feira, 7 de maio de 2012

Título: Por que Prosperam os Ímpios? - Estudos no Salmo 73

Autor: D. M. Lloyd Jones

O autor diz no capítulo 1 que o grande valor do Livro de Salmos está em que nele temos homens justos expondo a sua experiência e nos dando um relato de coisas que lhes sucederam em sua vida e luta espiritual, com muitos ensinos que não se pode achar em nenhum outro lugar. O salmista conta a princípio que Deus é bom para com Israel e depois conta o que se passou com ele: estava vivendo uma vida piedosa e evitando o pecado, mas mesmo assim era afligido e castigado, enquanto os ímpios aumentam as suas riquezas sem problema algum, apesar de sua arrogância e blasfêmia. O autor ensina que de todos os nascidos de mulher somente Jesus Cristo não foi derrotado numa tentação, mostrando que no Salmo 73 o salmista chegou a dizer que invejava os arrogantes e agora se confessava envergonhado. Satanás vem como quem quer ser seu amigo, com sutileza, dizendo coisas assim: "você não acha que o que está fazendo é em vão, está gastando seu tempo em abnegação e orações, olhe para você e olhe para eles...”.

Diz o autor que o argumento da tentação é sempre aparentemente lógico, no entanto ser tentado desse modo não é pecado, pois não podemos controlar os pensamentos postos em nossas mentes pelo diabo. Até Jesus Cristo foi tentado mas venceu. Devemos fazer da tentação uma fonte de vitória e passar para uma posição mais forte que a inicial, até o ponto em que chegaremos à conclusão de que “Deus é bom para Israel”.

No capítulo 2 o autor demonstra que o salmista esteve tentado a dizer algo mas refreou-se, pois sabia que não devia falar precipitadamente (Tiago 1:9). Se ele falasse teria sido pedra de tropeço à geração dos filhos de Deus. Apesar de não entender o motivo daquele contraste entre ele e os ímpios, ele não falou nada, refreou sua língua. Por isso nunca devemos estar prontos para expressar as nossas dúvidas pois isso pode abalar a fé de muitos.

No capítulo 3 o autor diz que toda a essência da dificuldade do salmista é que ele estivera antes pensando racionalmente em vez de espiritualmente, e a vida cristã é toda espiritual e não apenas parte dela. Quando nos queixamos de que o que nos está acontecendo não é justo, estamos pensando racionalmente e rebaixando Deus para o nosso nível de entendimento. Não adianta orar se não aprendermos a pensar espiritualmente.

No capítulo 4 o autor diz que o fato do salmista ter ido no santuário (Igreja) colocou os pensamentos dele no lugar certo, aí foi-lhe dado entendimento e ele diz “entendi”. O autor critica Igrejas que cantam muito, o que chama de entretenimento espiritual, e oram pouco e não lêem a Bíblia. Enquanto agia assim o salmista só via a prosperidade dos ímpios, mas depois ele disse: “então entendi o fim deles”.

No capítulo 5 o autor diz que a Bíblia nos mostra a história real, na qual Deus sempre se sobressai sobre seus inimigos. Todos os poderes que tentaram exterminar com o cristianismo acabaram mal. Os ímpios, apesar da pompa aparente, estão em situação precária e perigosa, “em lugares escorregadios”, tudo para eles é temporário. A velhice, a decadência, a morte e o juízo são inevitáveis, mas o pecado cega os homens a respeito disso, eles não percebem que a sua glória é por pouco tempo. O salmista não só deixou de invejar os ímpios “bem sucedidos”, mas passou a ter pena deles.

Ensina o autor que nunca devemos arguir a justiça de Deus, esteja nos acontecendo o que quer que seja. Crê o autor que Deus permite que o mal e os malfeitores dêem seu próprio salto para tornar sua ruína completa e que a história bíblica é uma exposição desse princípio.

No capítulo 6 o autor diz que a causa de tudo é o nosso ego, nosso mais constante inimigo, pois como resultado da queda somos egocêntricos, sensíveis quanto a nós mesmos e sempre prontos a dizer que fomos prejudicados ou maltratados. Se o ego assume o controle, o coração controla a cabeça, e o salmista chegou a dizer: “era como animal perante ti”. Mas Deus pode purificar o coração e santificar a alma, e renovar em nós um espírito reto.

No capítulo 7 o autor diz que não gostamos de fazer nada que nos seja penoso. É um estado muito triste quando o coração governa a mente, pois a capacidade de raciocinar é que diferencia os homens dos animais. Também a criança reage aos estímulos como um animal. Quão lentos somos para agradecer e quão rápidos para resmungar, esquecendo-nos de que é através de muitas tribulações que nos importa entrar no reino de Deus.

No capítulo 8 o autor ensina que quando o salmista diz “todavia”, ele começa a caminhar em direção a Deus novamente. Diz o autor que somos salvos inteiramente pela graça de Deus, não há contribuição humana de espécie nenhuma e se pensamos que há estamos negando a Bíblia. O cristão entende que apesar de não merecer Deus o perdoou. O cristão cai, mas nunca fica prostrado, pois o Senhor o sustem com sua mão (Salmo 37:24). Esse entendimento, segundo penso, é o mesmo de Calvino, leia o livro A Doutrina da Predestinação em Calvino, que pretendo resumir neste blog em breve.

No capítulo 9 o autor fala da perseverança final dos santos, dizendo que Deus é incapaz de deixar alguma coisa feita pela metade. Se fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho sendo ainda inimigos, por que Ele iria nos deixar agora? Tendo feito o maior deixaria Deus de fazer o menor? Se uma pessoa é participante da natureza divina e se uniu a Cristo, não pode haver rompimento.

No capítulo 10 o autor diz que finalmente o salmista atingiu o grau máximo de sua ascensão, entregando-se ao culto e adoração a Deus. Se desejamos vários tipos de bênçãos e oramos pedindo-as podemos às vezes estar insultando a Deus, porque damos a entender que não estamos interessados Nele e sim no fato de que Ele pode nos dar estas bênçãos. A maior bênção de todas é conhecer a Deus e estar na sua presença. O que almejamos? O repouso, a paz e a alegria celestes? Não é isso que devemos aspirar no céu, mas a face de Deus. No início o salmista queria ser como os ímpios e possuir as coisas que eles possuíam, mas agora ele diz: “Na terra não há quem eu deseje além de ti”. Ele acha agora completa satisfação em Deus.

No último capítulo, 11, o autor diz que se estamos perto de Deus não importa o que aconteça, mas se estamos longe nada pode dar certo no final. Diz o autor que os moinhos de Deus moem lentamente, mas moem extraordinariamente fino. Essa é a mensagem da Bíblia do princípio ao fim. E conclui que se o inferno estiver solto, não nos poderá tocar se estamos perto de Deus.

Esse livro é muito bom, o resumo que fiz pode dar uma idéia do seu ensinamento, mas é claro que a leitura completa é muito melhor.

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